Não é apenas sobre experimentar mudanças. Mas sobre formas de potencializar as mudanças.

Cali (Renato Caliari)
2 min readJan 27, 2024

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Ao longo dos anos venho explorando alguns princípios e práticas em como facilitar experimentos em organizações, produto e também no cotidiano, em nosso estilo de vida.

É bem comum termos atrito para iniciar algo. Para fazer uma mudança. Para vivenciar algo novo.

Esse são 4 artefatos que tenho utilizado com sucesso satisfatório:

  • Convite (opcional): participa apenas quem já está engajado com o assunto. Só faz sentido participar se algo que é relevante para nós no momento e/ou estamos engajados em fazer acontecer. De outra forma, as pessoas se tornam os próprios obstáculos.
  • Reduzir a proposta: após cada rejeição ao convite ou logo inicialmente, torne a atividade do experimento mais fácil, rápida ou barata. Reduza até tornar possível o ingresso das pessoas necessárias, seja um grupo ou apenas você mesmo. Ou reduza para ao menos experimentar as etapas anteriores à proposta oficial, criando um impulso necessário.
  • Estabelecer um prazo para revisão: criar uma janela de tempo finita, dando tranquilidade de iniciarmos algo que podemos dar fim. Teremos oportunidade de avaliar e resolver se vale continuar, ou não.
  • Reforçar a possibilidade de outras opções: experimentar essa opção X e, caso não seja satisfatória, experimentaremos uma outra ou voltaremos para uma conhecida. Isso abre espaço para saborear uma nova experiência, tendo a garantia que uma outra desejada também poderá ser realizada caso não tenhamos sucesso.

Por exemplo, eu e a Lara tomávamos um cafezinho — literalmente uma pequena xícara que dividíamos entre nós dois — em uma conveniência de um postinho no bairro de Canajurê, vizinho ao nosso.

Fazia parte do passeio de bicicleta.

Mas resolvemos começar a passear na direção oposta, até o bairro de Ponta das Canas. Por lá, percebemos que passávamos por um posto. E tinha uma conveniência ao fundo.

Não parecia convidativo e nem que seria melhor do que o posto do outro bairro que já gostávamos para a experiência de tomar café.

Ao mesmo tempo, passear nesse outro bairro era gostoso e, por isso, poderia ser legal ter uma opção de café por ali.

Em um dia passando em frente a esse posto, conversamos e pensei: o que acha de entrarmos ali para conhecer? Se for agradável, tomamos um cafezinho. Se não tiver sido legal, em seguida a gente vai até outro cafezinho que a gente curte.

Ganharemos uma experiência sobre o local. Ela topou.

E desde então tem sido a conveniência que mais vamos para o cafezinho. Lá dentro é aconchegante. Silencioso. As pessoas que trabalham por lá são simpáticas.

A decisão de experimentar usou os 4 artefatos.

Usamos um convite opcional entre nós.

Reduzimos a proposta. Poderíamos entrar pra conhecer e avaliar antes mesmo de tomar o café.

Determinamos um prazo para revisão. Logo após tomar o café poderíamos saber como foi para gente.

Reforçamos a possibilidade de outra opção. Se não fosse legal, logo após iríamos em outro.

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